"Este irá ser o meu primeiro texto neste blog... espero que entendam a mensagem... e sim, eu fujo às regras literárias de construção..."


Se a paixão renasce da alma apagada

Se a paixão renasce da alma apagada,
Sustentada pelo passado,
Renunciarei a esse mesmo passado
Enfrentando a dor renovada.

Se após todos estes dias
Algo novo renasceu em mim,
Tornar-me-ei renovado,
Renascido das cinzas
Que me apagaram o inacabado.

Tudo isto será em vão,
Inatíngivel pelos mortais de fraca alma.
Pensem e verão a fragilidade do Homem,
Deste Homem nú, despido de tudo,
Que nos teima em crer acreditar no inferno.

Algo nos acabará!
Não temam o inferno,
Pois o Homem far-nos-á relembrar.
Relembrar o passado recente tingido de vermelho,
Ao qual justificamos todos os dias a vida.
Aquela vida deliciosamente sofrida
Por quem detesta o ócio,
Ócio ingénuo dos animais em hibernação.

Viverei assim sofrido,
Sem receios alheios do alheio,
Aquele alheio ao qual damos esmola diariamente.

Viverei pela paixão,
Somente pela paixão de viver
E de saber que algo amado será revalidado.
O Homem será amado pela ignorância
Crua e fria,
Que corta o mais firme dos pedaços de manteiga.

Serei incrédulo e revoltado
À passagem para o inferno.